Ivânia Catarina

Ivânia Catarina

Foto: Divulgação

Meu nome é Ivânia do Nascimento Catarino por erro de registro (o correto é Catarina). Sou mineira, nascida e criada em Belo Horizonte. Meu primeiro contato com a música vem da infância. Meu pai, José Delfino (já falecido) tocava violão, de onde tirava modas de viola que cantava com grande emoção. Não raro, meus irmãos - Marcos,Maria de Lourdes, Vander Lee, Waldecy, Paulo e Ivanete - e eu (éramos sete) dormíamos embalados por essas modas. 

Minha mãe, D. Efigênia, na beira do fogão preparando o jantar, entoava as canções que ouvia no rádio. Nessa época, música para mim era sonho. Desses que a gente não pensa que vai realizar, mas estão ali, no subconsciente. Eu gostava muito de estudar e ler e, muito introvertida, não concebia música como profissão. 

Um belo dia, um de meus irmãos - Vander Lee - que tocava numa banda, me convidou para cantar numa festa de crianças do meu bairro. Ensaiamos, ensaiamos e lá fomos nós. A música era “Vira, Virou”, do Kleiton e Kleidir. A partir dali, foram surgindo outros convites para participações em alguns shows. Eu continuava estudando e comecei a trabalhar para custear os estudos. Em 1992, surgiu o convite para participar de um festival num outro bairro . Vencemos o festival. 

Para mim, aquilo pareceu um sinal de que música poderia não ser só um sonho, mas uma possibilidade. E percebi que precisava conhecer melhor esse mundo. Vieram outros festivais e , através deles, fui conhecendo pessoas que me levaram para gravar jingles publicitários. Vendi carro, pão de queijo, político. Foi uma boa experiência, que me mostrou que eu precisava estudar um pouco de técnica vocal para ter mais segurança do meu canto. Com o dinheiro que ganhava nos festivais, pagava as aulas. Paralelamente, emprestava minha voz para trabalhos de compositores que queriam deixar seus trabalhos mais apresentáveis. 

Nessa fase, trabalhei essencialmente técnicas de interpretação, respiração e aquecimento vocal. Comecei a sentir que precisava conhecer também um pouco de teoria musical. Procurei a Fundação de Educação Artística, onde estudei algum tempo com o cantor lírico Eládio Pérez-González. Meu tempo se dividia entre a Faculdade de Pedagogia do Instituto de Educação de Minas Gerais, as aulas de canto, o trabalho num escritório de contabilidade, os festivais e os shows.

No meio disso tudo, fiquei conhecendo Carlos Gomes, cantor, compositor e violonista paulista que participava assiduamente de festivais. Ele me apresentou um trabalho já bastante maduro, pelo qual me apaixonei. Começamos então a trabalhar juntos, tanto em festivais como fazendo shows. E sinto que a partir daí, o sonho da música virou possibilidade. Começamos a viajar por todo o Brasil. Minha personalidade como cantora estava mais definida. Vieram os prêmios. Muitos, graças a Deus. 

Comecei a dar mais atenção ao que eu compunha e perceber que havia pessoas que se identificavam com o que eu escrevia. Nesse momento, Carlos e eu sentimos que havia material suficiente para pensarmos num CD. Gravamos, com muita dificuldade, o CD SABOR DE PECADO, independente, onde dividíamos o canto e as composições, com a participação especial de Dominguinhos e outros compositores. Sabíamos que, como independentes, seria bem difícil que as pessoas tivessem acesso ao nosso trabalho. Surgiu então o convite de relançarmos o CD pela Dabliú Discos, do compositor José Carlos Costa Netto, com outro nome: PORANDUBA. 

Isso nos possibilitou maior acesso às rádios, vários projetos musicais e programas de televisão. Em 2001, recebemos o convite para representar o Brasil no XLII Festival Internacional da Canção de Viña Del Mar, no Chile, o maior e mais tradicional dos Festivais das Américas. Chegamos lá com a nossa proposta de sempre: a Ivânia cantando e o Carlos tocando violão ( e que violão!) defendendo uma música chamada FELIZ, um rubato. Como um bom presságio, fomos felizes lá, pois o público do festival conhecido como “El Muenstro” se transformou numa massa enlouquecida que gritava “Gaviota!Gaviota!”. Levamos a Gaviota de Plata para casa. De lá para cá temos feito outros festivais, vários shows e consolidado nossos nomes junto ao público que aprecia música popular brasileira. Este ano, estamos preparando outro trabalho em CD, que reunirá o melhor destes últimos anos. Música agora, para mim, deixou de ser sonho, deixou de ser possibilidade. Virou necessidade.

Biografia do site da cantora

 

 

Escute uma amostra do trabalho:
Qui nem jiló
(Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)
Com Ivânia Catarina

Atenção: para ouvir a amostra você precisa do RealPlayer (gratuito) instalado em seu computador. Pegue-o na seção de informática do Terra, clicando aqui.


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