A mistura
mineiro/carioca de João Bosco e Aldir Blanc foi, com certeza, uma das
mais bem sucedidas parcerias da MPB. Lançados por Elis Regina, na década
de 70, o engenheiro João e o Psiquiatra Aldir formaram uma dupla
imbatível de repórteres de uma época.
João
tentou Vinícius, mas a parceria não decolou. Aldir compôs com Ivan Lins
e Gonzaguinha - mas a cadência não batia. Apresentados por um amigo
comum, encontraram, finalmente a combinação perfeita. Nessa época,
João Bosco estava passando férias no Rio. Como ainda estavam estudando,
a parceria foi montada por correspondência - Aldir mandava as letras para
Ouro Preto (onde João fazia sua faculdade de engenharia) e, nas férias,
juntavam-se para cantar, jogar sinuca e compor.
Até que um dia Aldir mandou a letra
de Agnus Sei. E a parceria se consolidou, com uma gravação, prêmio
de um pasquim carioca. O Brasil ouviu, e Elis gravou em 72.
A genialidade da dupla está na
perfeição de versos e melodias, na história do homem comum que tem sua
glória de 15 minutos estampada no jornal, ou no cotidiano de casais, no
terreiro de Candomblé, no bar da esquina.
Ficaram anos sem compor juntos. João
Bosco vinha fazendo parcerias constantes com Abel Silva e Aldir voltou com a
renovação da música de Guinga, e em novas parceiras com Moacyr Luz.
Carô
Murgel
|