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Zeh Rocha
Pernambucano, nascido em Recife, no dia primeiro de abril de 1954, na rua José de
Alencar, no bairro da Boa Vista. Aos 10 anos, dedilhou os acordes iniciais no violão
presenteado pela tia Méa.
Da infância, carrega até hoje, os sons diversos do carnaval de Pernambuco: das
alfaias, o sincopado dos maracatus com seus múltiplos toques, dos violões e banjos nos blocos e
cordões, dos solos de metais nos frevos e cirandas, dos ilus nos terreiros, das serestas
nos quintais da Encruzilhada, bairro aonde viveu até os 15 anos.
Numa Semana de Arte, no Colégio de Aplicação, com amigos poetas, músicos parceiros como
Plínio Santos, André Lobo começa a compor suas primeiras canções.
Nascia, então, o grupo Flor de Cactus, no qual, mais tarde, quando lançaram o primeiro
disco gravado, entrou o Lenine, com certeza, hoje, um talento reconhecido no país e no
mundo.
A partir de 1980, o grupo se desfez. A maioria dos integrantes, Sérgio Campelo, Caca
Barreto, André Lobo, Mário Lobo, Plínio Santos, tomaram rumos bem distintos.
Ao lado de Lenine, Zeh Rocha faz apresentações por Olinda, Recife, João Pessoa, Campina
Grande. Em seguida, Lenine se estabelece no Rio de Janeiro, sedimentando sua vida
profissional no sul.
O compositor Zeh Rocha participa em três músicas no cd Baque Solto (Lenine e Lula
Queiroga)em 1983: Raoni, Prova de Fogo (parceria com Lenine) e Maracatu Silêncio (parceria
com Erasto Vasconcelos).
Antes desta efervescência nordestina, Zeh Rocha é contemplado pelo grupo vocal carioca Céu
da Boca, que grava Bumba-meu-boi-da-Boa Hora. Elba Ramalho vai garimpar através de Bráulio
Tavares, seu diretor artístico, a canção Toque de Amor, maracatu composto por João Lira,
que Zeh Rocha coloca uma bela letra exaltando a nação negra.
A cidade de São Paulo foi escolhida pelo compositor pernambucano, como lugar de moradia e
de trabalho, a partir de 1985. Lá, fez um trabalho com a banda Capote Valente, percorrendo
a via alternativa da MPB, em plena era do rock nacional.
Em 1987, volta a Recife, se defrontando com o êxtase do movimento mangue.
Continua produzindo muito, novas canções, novos caminhos musicais, mas fiel as raízes da cultura
sonora brasileira.
Lenine, Zé Renato (Boca Livre), Elba Ramalho, Vicente Barreto, Carol Sabóia, Pedro Lima
(Garganta Profunda), Geraldo Maia, Ângela Barreto, Eliane Ferraz, trupe Asas da América,
Denis Raiz, Som da Madeira são parceiros que seguem divulgando o talento deste compositor
pernambucano.
GRAVAÇÕES
FESTEJOS
Disco vinil compacto que lançou em Pernambuco, o grupo musical FLOR DE CACTUS formado por:
André Freire (viola, vocal), Sérgio Campelo (percussão, bateria, vocal, violão), Zeh Rocha
(vocal, violão), Lenine (vocal, violão), Caca Barreto (baixo, bandolim), Plínio Santos
(flauta, percussão) e Mário Lobo (piano, vocal). Uma turma de amigos do Colégio de
Aplicação da UFPE, em 1975, se reunia para tocar, mostrar suas composições próprias, nas
semanas de arte aonde estudavam. Em 1979, gravaram o único disco da banda, com a produção
de Zé da Flauta e Paulo Vasconcelos, sob a batuta técnica de Janjão (estúdio Clave).
PROVA DE FOGO
Música feita em parceria com Lenine, que participou do MPB-Shell em 1981, festival
produzido pela rede Globo e lançada em compacto duplo pela Polygran. A outra faixa do disco
é “Baque da Era” (Fubá, Lenine e Zeh Rocha). Esta canção integra também o repertório do CD
Baque Solto.
BUMBA-MEU-BOI DA BOA HORA
O grupo vocal carioca Céu da Boca, um dos melhores no gênero na MPB, gravou esta canção em
disco vinil, selo independente, em 81. A coleção Millenium composta dos maiores nomes da
cena musical no Brasil relança o Céu da Boca, em 2001, e inclui a música de Zeh Rocha no CD
com vinte sucessos do grupo, divulgando-a nacionalmente.
RAONI
Uma homenagem ao caíque txucarramãe, Raoni, é assim que a letra desta canção narra a
atitude do líder guerreiro diante de um massacre cometido por peões contra índios da
reserva do Xingu, no Amazonas. A canção tem uma bela interpretação do Lenine, que a lançou
no disco Baque Solto, em vinil, de 1983, pela gravadora Polygran, junto com Lula Queiroga.
MARACATU SILÊNCIO
O ritmo do maracatu de baque virado, influenciado pelo contato que Zeh Rocha e Lenine
tiveram com o Maracatu Porto Rico, um dos mais tradicionais de Pernambuco, sempre está
presente na obra destes dois compositores e parceiros. Esta canção tem a parceria de Erasto
Vasconcelos, outro grande parceiro da dupla, na década de 80. Foi gravada por Lenine no
disco Baque Solto, que foi remasterizado e relançado em CD e ainda vendido nas boas lojas
do ramo. Esta canção foi gravada pelo Boca Livre, selo Velas, em 1996, também, com a
participação do Naná Vasconcelos, considerado um dos melhores percussionistas do mundo.
MARACATU NAÇÃO BRASILEIRA
Em 1987, em parceria com o compositor baiano, Vicente Barreto, Zeh Rocha compôs esta canção
em forma de toada com batuque nagô. A letra denuncia a situação cruel dos bóias-frias, da
seca no sertão do nordeste, mais exalta a fé e a coragem revolucionária presente no
espírito do nordestino. Vicente canta magistralmente, em gravação feita em disco vinil,
pela gravadora Continental.
MUDANÇA DE TEMPO
Outra parceria de Zeh Rocha com Vicente Barreto gravada em 1987, em São Paulo, fruto da
vivência do compositor pernambucano. Mais uma vez, o Zeh sugere um clima romântico moderno,
demonstrando sua face lírica: Foi temporal / contratempo me desarmou / gota de chuva no mar
/ garoa de solidão que se desfez / Na calmaria chego sorrindo feliz / vamos entrar pela
noite / contando estrelas...
CIRANDAR
Outro ritmo, um dança popular, tradicional em Pernambuco, já inspirou o compositor em diversas músicas. Esta canção foi gravada pela cantora pernambucana Eliane Ferraz, que hoje
reside em Paris. Uma bela interpretação, arranjos de George Aragão, também produtor do CD,
que teve o apoio da Via Som Music.
LOA DE PRAIA
A Trupe musical Asas da América, tradicional trio elétrico do carnaval pernambucano tem um
repertório bem eclético e contagiante. A banda gravou em 1996, a música “Loa de Praia”, que
se transformou num grande sucesso no período carnavalesco, naquele ano.
MORENA RARA
A voz suave do cantor Geraldo Maia deu a esta canção um toque de rara beleza. Ela foi
gravada pelo grande intérprete pernambucano, em seu CD Verdágua, lançado de forma
Independente.
SALVE A NAÇÃO PAU BRASIL
Pernambuco é um grande celeiro de excelentes músicos, que se arvoram mais longe, ganhando o
cenário nacional. É o caso da cantora e atriz Giselle Tigre que gravou esta canção em CD
independente, com apoio da Via Som Music, que é especialista em lançar qualidade musical no
mercado. Os arranjos do CD ficam por conta do competente Lulu Oliveira.
ABOIO AVOADO
Esta música inspirada no canto dos vaqueiros nordestinos, com uma linha melódica bela e
inspirada harmonia seduziu Lenine. Em seu CD No dia que faremos contato, lançado em 1998,
pela Sony. Os parceiros e amigos se confraternizam em homenagem mútua, para deleite dos
seus admiradores. Esta canção foi gravada por Zeh Rocha em seu CD Loas,
Lendas e Luas, de
2000, selo Via Som Music e conta com a participação armorial do Antônio Nóbrega, ponteando
vibrante com seu violino barroco, com som de rabeca.
SAMBA ESCRACHADO
Uma grande intérprete da MPB surge, com sua voz suave, de afinação precisa e timbre versátil, Carol Sabóia, carioca da gema, herdeira do grande músico Antonio Adolfo, ela nos
brinda com a canção Samba Escrachado, gravado em 2000, pelo selo Jam Music, no Rio de
Janeiro. O samba inusitado, com letra bem humorada e criativa, é fruto da parceria de Zeh
Rocha com o seu grande cúmplice na MPB: Lenine.
VERDE E ROSA DO AMOR
Ator e cantor, ex-garganta profunda, grupo vocal carioca que renovou a cena musical no Rio,
Pedro Lima interpreta este samba cadenciado, que homenageia um dos maiores patrimônios
culturais do país, a luxuosa Escola Estação Primeira da Mangueira. A canção
exalta a morena anônima, suburbana, valores humanos raros e esquecidos dentro desse mundo globalizado.
LOAS, LENDAS E LUAS
Esta é a canção que empresta o título do Cd Loas, Lendas e Luas, o primeiro do compositor,
que foi lançado em 2000, pelo selo Via Som Music, produzido por Toni Lua, e conta com a
participação de Eliane Ferraz. Neste disco podem ser ouvidas as seguintes músicas: “Salve a
nação pau Brasil” (Zeh Rocha); “Maracatu das ondas” (Zeh Rocha), particip. de Lenine;
“Aboio avoado” (Zeh Rocha), particip. Antonio Nóbrega, “Toada para Maria bonita” (Zeh
Rocha), particip. Zé Renato (ex-Boca Livre); Mundana (Zeh Rocha), particip. Malu Cooper,
arranjo e particip. Nenéu Liberalquino; “Tanta sede ao pote” (Zeh Rocha), particip. Jura
Figueiredo; “Severina buscapé” (Zeh Rocha), “Ciranda buscada” (Zeh Rocha) particip. Sonia
Sinimbu; “Dia feliz” (Zeh Rocha / Lenine), particip. Adriana BB; “No topo da palmeira” (Zeh
Rocha), particip. Kelly Benevides; “Convite ao encantamento” (Zeh Rocha), particip. Ilana e
Yuri Queiroga; “Tambores, terremotos, marés” (Zeh Rocha).
CIRANDALUZ
A paisagem da praia nordestina, com suas dunas, estrelas, quebrar de ondas, sugerem um
clima paradisíaco, fecundo ao amor, sentimento presente na maioria das canções do
compositor. A interpretação da Rozze, grande voz lírica pernambucana valoriza a canção. |
Escute uma amostra do
trabalho:
Loas,
lendas e luas
(Zeh Rocha)
Com Eliane Ferraz, Zeh Rocha e George Aragão
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Loas,
lendas e luas
Tear
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