20/02/2001
Foi no Carnaval que passou...
Jornal: Correio Popular - Caderno C
Cidade: Campinas - SP
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Correio Popular Digital

Campinas -  - http://www.cpopular.com.br/ - Ano V

Caderno C

Foi no Carnaval que passou...

Site campineiro traça o perfil da festa mais
popular do país com 161 músicas em real audio

Ana Ligia Scachetti, do Correio Popular

Chiquinha Gonzaga deu o grito inicial com Ô Abre-Alas, em 1889, e a folia durou até quando 1980 bateu à porta. Este é o resumo da festa narrada por Carolina Murgel - criadora do site MPBNet - na página http://www.cosmo.com.br/geleiageral/carnaval2001/marchinhas/default.shtm. Sob o título A História do Carnaval Cantada, a página lista 161 canções (marchinhas, maxixes e sambas) que foram sucesso na maior manifestação popular brasileira. Cada música é acompanhada do ano em que foi lançada, de uma versão em real audio e de seus respectivos compositores e intérpretes.

Carô (como a criadora da página é conhecida) conta que pesquisou na Enciclopédia da Música Brasileira e nas biografias que já possui no MPBNet. "Existia uma indústria de lançamentos com filmes e discos para determinar os sucessos do carnaval, além dos concursos de marchinhas", diz. "O que existe hoje não é mais carnaval, por isso procuramos contar uma história através dos anos". A intenção é que, mesmo após a passagem do carnaval, a página seja ampliada e mantida como um adendo à história da música brasileira já registrada no MPBNet.

Em ambos os sites, Carô teve o cuidado de oferecer as músicas em formato real audio (e não no polêmico mp3) como uma forma de incentivar a venda dos discos dos artistas. "A definição em real audio é ruim e eu quero mesmo é que as pessoas comprem os discos porque isso é o que mantém o trabalho dos artistas", explica. A maioria dos arquivos, no entanto, é disponibilizada com a autorização dos autores, alguns deles amigos de Carô.

O auge da História do Carnaval Cantada está nas décadas de 1930 e 1940 com a disputa acirrada entre compositores e intérpretes como Lamartine Babo, Ary Barroso, Carmem Miranda, Noel Rosa, Silvio Caldas, João de Barro, Ataulpho Alves e Dorival Caymmi. São todas músicas de letras simples e divertidas, feitas para emplacar nos bailes e muitas vezes maliciosas. Esta última característica fez com que a produção nessa área diminuísse durante o regime militar, até esmorecer no final da década de 70.

A Enciclopédia da Música Brasileira decreta a morte das marchinhas em 1975, quando a Rede Globo realizou o último festival do gênero. Carô preferiu acrescentar uns sambas e segurar a farra até 1980, encerrando o baile com Torresmo à Milanesa, de Adoniran Barbosa e Alocin. "A última grande marchinha, na minha opinião, foi Bandeira Branca (composição de Max Nunes e Laércio Alves gravada por Dalva de Oliveira), de 1970.

http://www.cosmo.com.br/geleiageral/carnaval2001/marchinhas/default.shtm 

 

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