Foi no
Carnaval que passou...
Site campineiro traça
o perfil da festa mais popular do país com 161 músicas em real
audio
Ana Ligia Scachetti, do
Correio Popular
Chiquinha Gonzaga deu o grito inicial
com Ô Abre-Alas, em 1889, e a folia durou até quando 1980 bateu à
porta. Este é o resumo da festa narrada por Carolina Murgel -
criadora do site MPBNet - na página http://www.cosmo.com.br/geleiageral/carnaval2001/marchinhas/default.shtm.
Sob o título A História do Carnaval Cantada, a página lista 161
canções (marchinhas, maxixes e sambas) que foram sucesso na maior
manifestação popular brasileira. Cada música é acompanhada do ano
em que foi lançada, de uma versão em real audio e de seus
respectivos compositores e intérpretes.
Carô (como a criadora da página é
conhecida) conta que pesquisou na Enciclopédia da Música
Brasileira e nas biografias que já possui no MPBNet. "Existia uma
indústria de lançamentos com filmes e discos para determinar os
sucessos do carnaval, além dos concursos de marchinhas", diz. "O
que existe hoje não é mais carnaval, por isso procuramos contar
uma história através dos anos". A intenção é que, mesmo após a
passagem do carnaval, a página seja ampliada e mantida como um
adendo à história da música brasileira já registrada no
MPBNet.
Em ambos os sites, Carô teve o
cuidado de oferecer as músicas em formato real audio (e não no
polêmico mp3) como uma forma de incentivar a venda dos discos dos
artistas. "A definição em real audio é ruim e eu quero mesmo é que
as pessoas comprem os discos porque isso é o que mantém o trabalho
dos artistas", explica. A maioria dos arquivos, no entanto, é
disponibilizada com a autorização dos autores, alguns deles amigos
de Carô.
O auge da História do Carnaval
Cantada está nas décadas de 1930 e 1940 com a disputa acirrada
entre compositores e intérpretes como Lamartine Babo, Ary Barroso,
Carmem Miranda, Noel Rosa, Silvio Caldas, João de Barro, Ataulpho
Alves e Dorival Caymmi. São todas músicas de letras simples e
divertidas, feitas para emplacar nos bailes e muitas vezes
maliciosas. Esta última característica fez com que a produção
nessa área diminuísse durante o regime militar, até esmorecer no
final da década de 70.
A Enciclopédia da Música Brasileira
decreta a morte das marchinhas em 1975, quando a Rede Globo
realizou o último festival do gênero. Carô preferiu acrescentar
uns sambas e segurar a farra até 1980, encerrando o baile com
Torresmo à Milanesa, de Adoniran Barbosa e Alocin. "A última
grande marchinha, na minha opinião, foi Bandeira Branca
(composição de Max Nunes e Laércio Alves gravada por Dalva de
Oliveira), de 1970.
http://www.cosmo.com.br/geleiageral/carnaval2001/marchinhas/default.shtm
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