(Paulinho da Viola e Sergio Natureza)
Num jogo de vida e de morte
As brancas e as pretas
Sobre o tabuleiro
Ali não há golpes de sorte
Se pensam jogadas
Destino certeiro
O quadro é um mar quadriculado
Sem ondas, parado
Porém, de marés
Às vezes, um passo mal dado
Um lance apressado
Resulta em revés
Os reis, as rainhas e os bispos
Dominam a cena com seu poderio
Da torre se avista o tablado
Peões trabalhando
Por horas a fio...
O meu coração anda aos saltos
Parece o cavalo no seu movimento
Selvagem e até traiçoeiro
Vai sem cavaleiro
Tabuleiro adentro
Parceiros duelam paciência
Por vezes se estranham
O amor e a ciência
As pedras ali não têm limo
E mudam de rumo por conveniência
Ou por não acharem saída
Não rolam, se deitam no fim da partida