meu
coração é o violão de espanha
meu sangue quente é o banjo americano
a minha voz é o cello da alemanha
meu sentimento é o bandolim cigano
a minha mágoa é o som
francês do acordeon
meu crânio é a gaita de fole escocesa
meus nervos são como bandoneon
minha calma é igual guitarra portuguesa
meu olho envolve como flauta
indiana
minha loucura é como harpa romana
meu grito é o corne inglês de desespero
maldito ou bíblico, demônio
ou santo
cada país foi me emprestando um canto
e assim nasceu meu Canto Brasileiro
Paulo César Pinheiro |