José Barbosa da Silva, o Sinhô,
nasceu no Rio de Janeiro em 18 de setembro de 1888 - foi o mais reconhecido compositor
carioca de 1920 (quando explodiram no carnaval carioca o samba Fala meu Louro e a
marcha O Pé de Anjo ) até sua morte em 04 de agosto de 1930 - a bordo da velha barca que fazia a
travessia entre a Ilha do Governador e o Cais Pharoux. Polêmico, era constantemente
acusado de plagiar composições ou de "se apropriar" indevidamente de músicas
alheias garantindo serem suas. Para isso, tinha sempre uma boa resposta na ponta da
língua: "Samba é como passarinho. É de quem pegar". Talvez por isso
foi o primeiro compositor brasileiro a se preocupar com direitos autorais - fazendo
questão de carimbar cada uma de suas partituras com seu nome e assinatura. Isso depois de
passar por um terreiro de Candomblé para que seu pai de santo garantisse o sucesso da
música, com uma reza.
José Ramos Tinhorão garantia que Sinhô havia inventado a batida da Bossa Nova com
quase 30 anos de antecedência - para substituir o baixo do violão em voga na época, ele
usava as cordas maiores para fazer um acompanhamento à base de contratempos rítmicos.
Controvertido, mulherengo, vaidoso, maldizente, Sinhô era, na verdade, um dos mais
bem-humorados compositores brasileiros do início do século.
Carô Murgel
|