(Reynaldo Bessa)
Rua sem calçamento
O vento descalço no tempo
Brinca com as folhas que caem do jardim
Um verde que pacientemente persiste
E um sol que cai com muito esmero
Tão longe de tudo e perto daquilo que quero
Palmeiras que dançam lá longe
Por traz do néon dos motéis
Que à noite acende e alegra o bairro feliz
Pé de alecrim na janela, ilha bela sem mar
Tudo é singelo e belo
Tudo longe de tudo e perto daquilo que quero
Homem tão rude e tão gente
Mulher de olhar tão carente, mas
Nunca pedir-se possível dar
Dizem que aqui vai crescer vai mudar
Mas disso não passe eu espero
Tão longe de tudo e perto daquilo que quero