(Reynaldo Bessa)
É de manhã
E não há galos na cidade
Pra cantar minha saudade
Trago lágrimas na voz
É de manhã
E o sol se esconde também, como eu
É dia claro mas pra mim é breu
Rasga-me uma dor atroz
Não há arco-íris
Há um céu desbotado
Morre a chuva nos telhados
Alegra-se a tortura
Apesar do cheiro de café
Que a casa invade
Hoje nada me acende
É uma manhã escura.