(Edu Kneip e Mou Aguiar)
Rio mar de cinzas litorais
Sobranceiras rotas de água e sal
Jogo de sem fins cristas que afinal
Curvam-se aos pés dos arlequins
Rio em seu decúbito dorsal
Clamas por malandros ancestrais
Cova de leões
Antros desleais
Ilusão que espalha as ilusões
Rio de anti-heróis colôniais voz
Chama por desejos a pedir chão
Mão do caos que move e a vida explode em carnavais
No mistério aceso em túneis portas para os seus umbrais
Rio de fronteiras raciais
Encobertas pelo riso anil
Balas e festins
Ecos de um fuzil
Vagam pelo chão dos botequins
Rio sol de sonhos virtuais cor
Dor que nem tapumes cobrem bem és
Lima Barretal concerto em chovas tropicais
Tribos de agonia assombram surfam sobre os seus metais
Rio azul de mil mananciais
Zé Pereira em transe febril
Fazem libações
Ao sex-appeal
Os motins transformão-se em canções