João Batista do Vale nasceu em Pedreiras MA em 11 de
Outubro de 1934. Desde pequeno gostava muito de música, mas logo teve de trabalhar, para
ajudar a família. Aos 13 anos foi para São Luís MA, onde participou de um grupo de
bumba-meu-boi, o Linda Noite, como "amo" (pessoa que faz os versos). Dois anos
depois, começou sua viagem para o Sul, sempre em boléias de caminhões: em Fortaleza CE,
foi ajudante de caminhão; em Teófilo Otoni MG, trabalhou no garimpo; e no Rio de Janeiro
RJ, onde chegou em dezembro de 1950, empregou- se como ajudante de pedreiro numa obra no
bairro de Ipanema. Passou a freqüentar programas de rádio, para conhecer os artistas e
apresentar suas composições, em maioria baiões. Depois de dois meses de tentativas,
teve uma música de sua autoria gravada por Zé Gonzaga, Cesário Pinto, que fez
sucesso no Nordeste. Em 1953, Marlene lançou em disco Estrela miúda, que também
teve êxito; outros cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas
de sua autoria. Em 1964 estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a idéia
do show Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa,
que foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro. Dele participou, ao lado
de Zé Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua
música Carcará (com José Cândido), a mais marcante do espetáculo, que lançou
Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969 fez a trilha sonora de Meu nome
é Lampião (Mozael Silveira). Depois de se afastar do
meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 Se eu tivesse o meu mundo
(com Paulinho Guimarães) e em 1975 participou da remontagem do show Opinião, no
Rio de Janeiro. Tem dezenas de músicas gravadas e algumas delas deram popularidade a
muitos cantores: Peba na pimenta (com João Batista e Adelino Rivera), gravada por
Ari Toledo, e Pisa na fulo (com Ernesto Pires e Silveira Júnior), baião de 1957,
gravado por ele mesmo. Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que, no
ano anterior, havia produzido o LP João do Vale convida, com participações de
Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. Em 1994, Chico Buarque
voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João
Batista do Vale, prêmio Sharp de melhor disco regional. Faleceu em São Luís MA no
dia 06 de Dezembro de 1996, sendo sepultado em sua cidade natal, Pedreiras.
Biografia:
Enciclopédia
da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha
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