Inezita Barroso

Inezita Barroso

Foto: Mário Luiz Thompson

Minha mãe tem um LP fantástico, de 1955, chamado Inezita Apresenta - onde Inezita cantava canções do folclore baiano, mineiro e paulista. Fiquei tão impressionada com a voz e as canções que quando me perguntaram, num aniversário, o que eu gostaria de ganhar pedi um disco dela - e veio o Clássicos da Música Caipira 2 - só aumentou o encantamento. Inezita carrega a história da música regional brasileira, é um dos nossos maiores patrimônios vivos, aquela que conta e canta o Cururu, o Cateretê e todas as modas e danças brasileiras sabendo do que está falando.

Inês Madalena Aranha de Lima, nasceu em São Paulo em 04 de Março de 1925. Começou a cantar e estudar violão aos sete anos, e aos 11 iniciou seu aprendizado de piano. Estreou como cantora em 1950, na Rádio Bandeirantes, de São Paulo, a convite de Evaldo Rui. Participou em seguida da transmissão inaugural da TV Tupi, canal 3, e trabalhou como cantora exclusiva da Rádio Nacional, de São Paulo, transferindo-se mais tarde para a Record. Ainda em 1950 participou do filme Angela, dirigido por Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida, e realizou recitais no T.B.C., no Teatro de Cultura Artística e no Teatro Colombo. Voltou a atuar em cinema em 1953, nos filmes Destino em apuros (direção de Ernesto Remani) e Mulher de verdade (direção de Alberto Cavalcanti). No ano seguinte, apareceu em E proibido beijar, de Ugo Lombardi, e O craque, de José Carlos Burle, recebendo ainda o prêmio Roquete Pinto, como melhor cantora de radio da musica popular brasileira, e o prêmio Guarani, como melhor cantora em disco. Em 1953 gravou na Victor Canto do mar (Guerra-Peixe), Marvada pinga (Laureano), Benedito pretinho e Dança do caboclo (ambas de Heckel Tavares) e os sambas Os estatutos da gafieira (Billy Blanco) e Isso e papel, João? (Davi Raw e Cícero Galindo Machado). A partir de 1954 passou a apresentar-se semanalmente em programas folclóricos na TV Record, de São Paulo. Em 1955 atuou no filme Carnaval em lá maior (direção de Ademar Gonzaga) e, como atriz e cantora, representou o Brasil no Festival de Cinema de Punta del Este, Uruguai, viajando em seguida ao Paraguai. Foi novamente premiada com o Roquete Pinto e ainda com o Saci, como melhor atriz de cinema. Realizou gravações de divulgação do folclore brasileiro, ilustrando uma série de conferências de professores na USP. Seu primeiro LP, Inezita Barroso, foi lançado pela Copacabana, também em 1955, com um repertório folclórico que incluía, entre outras, Banzo (Heckel Tavares e Murilo Araújo), Funeral dum rei nagô (Heckel Tavares e Murilo Araújo), Viola quebrada (Mário de Andrade) e Mineiro tá me chamano (Zé do Norte). Em seguida lançou os LPs Canta Inezita, Coisas do meu Brasil e Lá vem o Brasil. Nessa época, Jean Louis Barrault, Marian Anderson, Vittorio Gassmann e Roberto Ingles, em visita ao Brasil, levaram seus discos para a Europa, onde foram divulgados nas principais emissoras. Seus dois LPs seguintes foram Vamos falar de Brasil e Inezita apresenta, ainda pela Copacabana, reunindo neste ultimo composições de Babi de Oliveira, Juracy Silveira, Zica Bérgami, Leyde Olivé e Edvina de Andrade, do folclore baiano, mineiro e paulista. Em 1956 publicou seu livro Roteiro de um violão. Em 1960 lançou pela Copacabana o LP Eu me agarro na viola (Valdemar Henrique), faixa de abertura do disco, além de Leilão (Heckel Tavares e Joraci Camargo), Moda da mula preta (Raul Torres e João Pacifico), Moda do bonde camarão (Cornélio Pires e Mariano da Silva) e Canção da guitarra (Marcelo Tupinambá e Aplecina do Carmo). Em 1961 lançou novo LP Inezita Barroso, com Casa de caboclo (Heckel Tavares e Luís Peixoto), Viola quebrada, regravação do seu primeiro LP, Tamba-tajá (Valdemar Henrique), Roda carreta (Paulo Ruschel) e Carreteiro (Barbosa Lessa). Em 1968, no LP 0 melhor de Inezita, gravou Banzo e Funeral dum rei nagô, regravações do seu primeiro LP, o Hino dos fuzileiros navais, ou Cisne branco (Antônio Manuel do Espírito Santo e Benedito X. de Macedo), Lampião de gás (Zica Bérgami) e Moda da pinga (Laureano), os dois números mais populares. Em 1969 lançou o LP Clássicos da musica caipira, volume 1, cujas composições de destaque são: Chico Mineiro (Francisco Ribeiro e Tonico), Do lado que o vento vai (Raul Torres), Baldrana macia (Anacleto Rosas Junior e Arlindo Pinto), Sertão do Laranjinha (adaptação de Tonico e Tinoco e Capitão Furtado) e Pingo-d'agua (Raul Torres e João Pacifico). Nesse mesmo ano ganhou troféu do I Festival de Folclore Sul-Americano, em Salinas, Uruguai. Em 1970 lançou o LP Modinhas, onde se destacam as composições Canção da felicidade (Barroso Neto e Nosor Sanches) e Conselhos (Carlos Gomes). Ainda em 1970 produziu um documentário que representou o Brasil na Expo70, no Japão. Em 1972 lançou o volume 2 dos Clássicos da musica caipira, com Rio de lágrimas (Piraci, Lourival dos Santos e Tião Carreiro), Divino Espírito Santo (Canhotinho e Torrinha), Destinos iguais (Capitão Furtado e Laureano) e Rei do café (Carreirinho e Teddy Vieira). Em 1975 lançou o LP Inezita em todos os cantos, com Negrinho do pastoreio (Barbosa Lessa), Asa branca (Luís Gonzaga e Humberto Teixeira) e números folclóricos recolhidos na Bahia, Mato Grosso, Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Realizou programas especiais para o Uruguai, Paraguai, EUA, Israel, antiga URSS, França e Itália. Em 1980 passou a comandar o programa Viola, minha Viola na TV Cultura, de São Paulo. Gravou na Copacabana, no mesmo ano, o LP Jóias da música sertaneja 2 e, em 1986, Inezita Barroso, a incomparável. Desde 1990 faz a apresentação e a direção musical e folclórica do programa Estrela da Manhã, da Rádio Cultura AM, de São Paulo. 

Introdução: Carô Murgel

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha

 

 

Escute uma amostra do trabalho:
Adeus Minas Gerais
(Juracy Silveira)
Com Inezita Barroso

Atenção: para ouvir a amostra você precisa do RealPlayer (gratuito) instalado em seu computador. Pegue-o na seção de informática do Terra, clicando aqui.


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