Obá Jorge

(Dimi Zumquê)

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Obá!
Já fui peão
Nem sei por quanto
Já vi a tardezinha entardecer
E os versos que compus ao violão
Nem lembro mais
Eu nada sei de mais
Só sei que canto
Raiou lá na pedreira
Dia que chamou
Peão na ribanceira
Sonha com o amor
E toda noite
A moda pra “mó” de se animar
E prosa pra ver passar
Um tempo de boi
Comida de presente 
Parente ajudou
Mulher lá no batente
Filha que acordou
Não mais que de repente
A cidade se ilumina
E a casa e o televisor
E a vida foi
Sertaneja
Veja
Quanto mais
Já se lamentou
Seu fim.

Ontem
Como tantas vezes mais
Vi uma estrela no céu
Que pensei ser meu pai
E do brilho
Mensagem como escrita
Se o teu medo te visita
Toma conta do que é teu
Já me vendo egoísta
Em pensar só minha vista
Corre os dedos grande lista
Quanta paz já se perdeu
E da imagem difusa
Salta a lágrima confusa
Me defende, me acusa
Misto de demônio, Deus?
Peço a benção apressado
Pelo mote desejado
Como se fosse pecado
Esse bem que eu quero meu