(Badi Assad)
Se fecho os olhos ainda me sinto como antes
Antes quando o olhar era profundo
Nossa fala não como gomo de fruta cítrica
Antes quando os olhos eram apenas arcos
Mas tempo passa e a gente muda
E onde havia mar hoje nem aquário
E ternos abraços em vestidos
Nem no armário
Você, você, você
Estrangeiro em mim
Se fecho os olhos ainda me sinto como antes
Antes quando o olhar era profundo
Nossa fala não como gomo de fruta cítrica
Antes quando os olhos eram apenas arcos
Mas tempo passa e a gente muda
E onde havia mar hoje nem naufrágio
E ternos abraços em vestidos
Nem no armário
E tão triste sentir o seu verso esdrúxulo, não mais idílico
Laços evitando em serem nós
E o meu ventre que aprendeu a ser ventríloquo
E tão triste sentir sua língua revelando outras linguagens
O seu peso não afastando os meus pesares
Tatos não mais como tatuagem
Mas tempo passa e a gente se cansa
De ser lança na lua cheia de dragão
E o nosso sol se expõe na solidão
Você, você, você
Estrangeiro em mim