(Claiton Negreiro)
Ah, mais um dia de jornada, de esperança quase ou nada
E o calor já me sufoca, vou buscar um paraíso
Na candura de um sorriso, no amor do teu olhar.
Ah, na cadência do meu passo, na sequência do compasso,
Da canção vou para o além, com você ou com ninguém,
Vou soltar os meus desejos, que estão presos
E eu nem sei por quê.
Ah, já fiz versos de tributo, hoje só somente escuto,
Não tributo mais ninguém; cada rosa seu perfume,
Ninguém lava as mesmas mãos,
Ninguém canta com a mesma voz!
Ontem a lua foi airosa, toda rosa perfumosa,
Mas o tempo deu-me tempo prá pensar . . .
Ah, se eu seguisse a cada passo, cada traço do pincel,
Cedo ou tarde eu ia ver, escorregar na tinta fresca,
Me mesclar com a cor vermelha, eu iria me perder.