(Arrigo Barnabé, sobre fragmento inicial do "Poema em Linha Reta", de Fernando Pessoa)
Nunca conheci que tivesse levado porrada
Todos os meus conhecidos têm sido campeões de tudo
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita
Indesculpavelmente sujo
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante