(Sérgio Santos e Zé Edu)
De onde vem, eu não sei, essa dor
Que desfaz o meu tempo em talvez
Os meus dias em dias depois
E me dá o que teimo em querer - e não tenho
Eu sei lá, essa dor, quando vem
Faz trazer a canção de uma vez
Traz a nota, o acorde, o tom
E traduz o que devo dizer - e não digo
Se ela vem
Dos meus dedos
Escritas de sons ancestrais
Estendem-se como uma mágica no ar
Se ela vem
Há segredos
Estradas sem fim
Os meus mares são das ondas
Que quebram só pra me ver tocar
Dor que se curte nas cordas
Canção onde eu me desengano
Quando entendo e me curvo ao meu piano