(Hélio Contreiras)
Tanta seca, tanta morte
Nos caminhos do sertão
Meus olhos já viram coisa
De cortar o coração
A cara feia da fome
E o povo virando anão
Gente ficando louca
Sem ter água para beber
A fome comendo a fome
A falta do que comer (bis)
Êta, fim de mundo
Desgraceira, perdição
A imagem revelada pela televisão
É um coice no estômago
De toda essa nação
Cada um faz o que pode
Pra acudir nessa aflição
Desejando melhor sorte
Ao nordestino seu irmão
Mas o que a gente precisa
É terra, trabalho e pão
Revirando pelo avesso
O poder lá no sertão
Pra acabar com a penitência
De tamanho escravidão (bis)
E tem terra boa
Reclamando produção
Nas frentes de trabalho
Nas terras do fazendeiro
A gente encontra a morte
E ele muito dinheiro
Quero a vida feita vida
Vencendo a morte cruel
Vida aqui na terra
E não no reino do céu