(Waldemar Henrique)
Do alto palmar d'uma juçara
Vem o triste piar da iumara
Os tajás pelos terreiro estão chorando
E no rio, resfolegando
O boto-branco boiou
Sentada na rede, cunha está rezando
A reza que Manha-Nungara ensinou...
Tupã, quem foi que me enfeitiçou?
- Manha-Nungara!
O grito rolou pela caiçara
Mãe-Velha se espantou
Embaixo, na treva do rio
Dois corpos em cio
Lutando, enxergou...
E pelo barranco
De novo soou
O grito de angústia
Que a cria soltou:
-Manha-Nungara!