Porcelana

(Vital Lima e Lúcio Mouzinho)

Eu muitas vezes pra guardar um nome
Relaciono o som do nome a alguma coisa
Penso grudado
O meu rosto
Colado na alma do mundo

Daí que tenho fé no inesperado
Talvez até mais do que nos sonhos que costuro...
Lembro a mariposa que entra de repente

Na sala fugindo do escuro
Eu que trago sempre um sonho a mais sem rosto
Guardado no bolso...
Não me intimido
Sigo com as marés

Vou feito galho quebrado
À deriva
Flutuando
Até encontrar o rumo dos igarapés

Eu muitas vezes pra guardar um nome
Relaciono o som do nome a alguma coisa
Penso grudado
O meu rosto
Colado na alma do mundo

Eu sei que mar, o rio e a margem toda
Cabem no mundo
E o mundo cabe noutra história
Bem maior que a minha própria história
E a sua e a nossa.