Vânia Bastos nasceu em Ourinhos- interior do estado de São Paulo no dia 13
de maio e lá morou até seus 18 anos de idade. Ainda muito pequena descobriu
sua vocação para a música, sendo apoiada por seu irmão mais velho, que a
acompanhava nos festivais de MPB em que participava, tanto em Ourinhos como
nas cidades vizinhas Jacarezinho e Cambará. Levou o prêmio de melhor
intérprete num desses festivais, aos 13 anos, o que foi um grande impulso
para seguir em frente.
O caminho era esse. Aos 16 participou ativamente de um show dedicado à
história da música brasileira, com Hermelino Neder, Gil Jardim e outros
conterrâneos, com os quais veio para São Paulo para continuar os estudos,
entrando no curso de Ciências Sociais da USP. Paralelamente estudou teoria
musical, flauta doce, cantou em vários corais e tomou aulas de técnica
vocal, descobrindo então um maior potencial.
Na própria faculdade conheceu Arrigo Barnabé, que iria participar do
Festival da TV Cultura, convidando-a para fazer os vocais para “Diversões
Eletrônicas”- música que foi classificada em primeiro lugar. No ano seguinte
(1980), Arrigo montou a banda Sabor de Veneno com Vânia fazendo os solos e
vocais, o que foi um grande passo. Ela se assumindo seriamente como cantora.
Era o início de sua etapa profissional. Foi então que gravou “Clara
Crocodilo”- trabalho polêmico e inovador de Arrigo. Nos dois anos seguintes
cantou com Itamar Assumpção na banda Isca de Polícia, fazendo vários shows
no Lira Paulistana, reduto dos novos sons da cidade. Com Itamar também fez
shows diferenciados com banda, orquestra e participou do festival da Globo
em 1982. Nesse período fez parte também da Futebol Music-com a qual também
gravou- além de participações em shows e discos do compositor Passoca.
Em 83 volta a trabalhar com Arrigo, desta vez como única solista,
interpretando vários personagens femininos, contracenando durante todo o
espetáculo com o compositor. Shows lotados por todo o Brasil. No ano
seguinte gravam o disco “Tubarões Voadores” e continuam as turnês pelo País
e Europa.
Em 1985 Vânia, que já tomou gosto pelos palcos definitivamente, decide
seguir carreira solo, enfrentando o desafio de montar sua própria banda e
seu próprio repertório. Assim realizou vários shows em São Paulo (Centro
Cultural e Sala Funarte) e também no Rio (Circo Voador), tendo sido muito
bem-vinda por críticos e público. Isso gerou a vontade e a possibilidade de
gravar seu primeiro disco solo, que foi realizado em 86, a convite de
Eduardo Gudin. Tal disco contou com a produção de Passoca e nele está uma
das primeiras músicas gravadas de José Miguel Wisnik. Foi muito bem acolhido
pela crítica brasileira, inaugurando uma ótima fase para a cantora.
No ano de 1989 é a convidada de Eduardo Gudin para a realização de uma
temporada de shows no Sesc Pompéia, onde é gravado o disco “Eduardo Gudin e
Vânia Bastos”, com músicas e arranjos do próprio compositor. Nessa época
também gravou “Corra e olhe o céu”, no disco em homenagem a Cartola, tendo
como colegas de elenco Gal Costa e Caetano Veloso, entre outros. No mesmo
ano cantou em Paris, no aniversário de 200 anos da Revolução Francesa e
apresentou-se em Berlim ao lado de Arrigo Barnabé.
Em 1990 lança o disco em que está “Paulista” (Eduardo Gudin e Costa Netto),
música que a projetou definitivamente e tornou-se uma espécie de hino à
cidade de São Paulo. Esse CD e o anterior foram lançados também no Japão.
Nesse mesmo ano foi a primeira cantora a se apresentar com a Orquestra Jazz
Sinfônica, em seu concerto inaugural, no Memorial da América Latina.
“Cantando Caetano”, de 1992, teve a participação do próprio Caetano Veloso
em “No dia que eu vim-me embora” e os arranjos de Paulo Bellinati. Em 94 foi
a vez de “Canta Mais”, disco do qual duas faixas foram escolhidas para tema
de novela. São elas: “Canta, canta mais” (Tom Jobim e Vinícius de Moraes” e
“Pálida” (Tavito e Aldir Blanc). A primeira foi de “Éramos Seis “ e a outra
de “Fera Ferida”.
No ano seguinte grava “Vânia Bastos e Cordas – Canções de Tom Jobim”, CD que
teve piano e orquestração de Francis Hime, também produzido e idealizado por
Gudin. Foi uma bela homenagem ao maestro e compositor Jobim, logo após sua
partida. Em seguida veio “Diversões não eletrônicas” (1997), trazendo como
tema os grandes arranjadores e maestros brasileiros, com músicas inéditas e
regravações, cada uma delas arranjada por um deles.
A música “Por um beijo” (Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense)
também fez parte da novela Fascinação. Com esse CD Vânia ganhou o Prêmio
Movimento de Música na categoria “melhor disco vocal do ano”.
1999 foi o ano da gravação e lançamento de “Belas e Feras”, registrando
composições apenas de mulheres brasileiras, todas vivas, como Marina Lima,
Rita Lee, Ângela Ro Ro,entre outras. Com esse trabalho viajou por todo o
Brasil e seus shows foram acompanhados por um grande público. Em 2000
dividiu o palco em algumas apresentações com Ivan Lins e outras com Toquinho
através do projeto Banco do Brasil. Também participou do CD Anjo de Mim, de
Ivan, na faixa “Te Amo”. No CD Castelo Rá-Tim-Bum é a voz da Cobra Celeste.
Também participou de shows de Gudin e gravou a canção “Etérea”(dele e Guinga),
acompanhada por Hermeto Pascoal ao piano. Seu mais recente trabalho foi
“Vânia Bastos canta Clube da Esquina”( 2003), produzido por Marco Mazzola,
com piano e arranjos de Luiz Avellar. Além da participação de Milton
Nascimento na faixa “San Vicente”, Vânia contou também com um belo release
de Fernando Brant. Nesse mesmo ano gravou “O Mestre Léo Peracchi e a Jazz
Sinfônica – canções de Tom e Vinícius”, ao lado de Ná Ozzetti , Mônica
Salmaso, Jane Duboc e Tetê Espíndola.
Apresentou-se recentemente no show “Por um amor maior” ao lado de Francis
Hime , Olívia Hime e Eduardo Gudin.
Biografia:
Site Oficial
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