(Tom Jobim)
O pato preto de asa branca
Já fez morada no brejão
Isso é sinal que a chuva vem
Que vai ter safra no sertão
O pato preto é da floresta
O paturi é do sertão
A minha vida é cardigueira
Avoante, arribação
A minha vida é muito triste
A te esperar na solidão
Ai, se eu soubesse que era assim
Eu juro eu não casava não
Eu vou me embora pro São Paulo
Vou arranjar uma viração
Depois te pego com as crianças
A sanfona e o violão
E os meninos tão bonitos
Inocentes no sertão
E a danada dessa sede
Ai, meu Deus, que judiação
Leva nós lá pro São Paulo
Aqui não fico mais não
A minha vida é só tristeza
É desespero é solidão
O Zeca foi lá pro São Paulo
Acho que não volta mais não
Era uma nuvem tão bonita
Era uma rosa era um balão
O camiranga deu uma volta
E sumiu na imensidão
Ó o dandá
É na corda da viola, é na corda da viola
Todo mundo sambá, todo mundo sambá
Ei andei, andei, andei
Quebra pedra