A primeira vez que ouvi falar de uma cantora de Santa Rosa
chamada Simone foi em 1983 - na época ela cantava nos bares de Santa Rosa de Viterbo, SP,
onde ela nasceu, em 12 de julho de 1966, e de onde ganhei grandes amigos. Ouvi muitas histórias de Simone, do que
cantava, da influência dos compositores mineiros em sua música, das festas de Santa
Rosa, da preservação cuidadosa da Cultura Brasileira por seus cidadãos.
Em 1998 ganhei um disco chamado "Cirandeiro" de Simone
Guimarães - quando ouvi, antes de ler o encarte já sabia que era a mesma cantora das
histórias dos tempos de faculdade. Fiquei encantada com o repertório, com as
composições, voz e arranjos. Foi um prazer que quis dividir com o público do MPBNet -
daqui para frente a história veio do site de divulgação do "Aguapé".
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Simone Guimarães é considerada uma das maiores revelações de sua
geração. Cantora, compositora e instrumentista nascida em Santa Rosa de Viterbo,
interior de São Paulo, canta e toca desde oito anos. Venceu vários festivais e
profissionalizou-se aos 19 anos, atuando nos principais palcos das cidades do nordeste
paulista.
A imagem do seu trabalho constata uma grande familiaridade com a melhor escola da Música
Popular Brasileira, terreno que navega com extrema segurança e singularidade. Em sua
formação Simone Guimarães observou as melhores influências de Tom Jobim e Villa-Lobos.
Suas composições variam do estilo regional ao erudito, da Seresta à Bossa Nova.
Durante todos esses anos, onde leva sua arte tem sido sucesso de público e de crítica,
com especial louvor à sua refinada interpretação vocal. Além de compor canções repletas
de sensibilidade que fala do que há de mais singelo nas relações humanas, possui um
talento admirável para criar um tema. Compôs trilhas para três programas da Rede Globo -
"O canto da Piracema", em parceria com Paulo Jobim (documento vencedor do prêmio Libero
Badaró, já registrado em CD). " Dioguinho" e o Globo Repórter - "A Rota do
Sul", com João Pacífico entre outros.
O primeiro CD solo, lançado em 1996 foi fruto de uma pesquisa em torno do fenômeno da
Piracema. Com títo homônimo, neste trabalho Simone Guimarães interpreta canções de
sua autoria entre outras.
A convite, participou do songbook de Tom Jobim, interpretando a música "O Pato
Preto".
Ainda em 1996, da parceria com dois grandes instrumentistas da atualidade - os violonistas
Olmir Stoker (Alemão) e Zezo Ribeiro, resultou o CD " Cordas Versos Cordas".
Em 1997, lança pelo selo Tiê Musical (RJ) o CD "Cirandeiro ", que conquista a
crítica e o meio musical brasileiro definitivamente, e é apontada como uma das maiores artistas da
nova geração. Seu CD ganha duas indicações para o Prêmio Sharp (melhor cantora e melhor
arranjo), e tem três faixas incluídas em novelas: "Cirandeiro", que entra para
a trilha de "A Indomada", da Tv Globo, e "Brincadeira de Coroar", e "Estrela do Meu
Bem Querer", ambas de sua autoria (a última em parceria com Cristina Saraiva), que integram a trilha de
"Serras Azuis", da TV Bandeirantes.
Em 1998, em crescente produção, Simone Guimarães lança seu novo CD "Aguapé"
(Tiê/CID), que conta com as participações especiais de Elba Ramalho, Ivan Lins, Danilo
Caymmi e Zé Renato - artistas que como tantos outros apostam e incentivam a
carreira de Simone. Mais uma vez, a direção musical e os arranjos têm a marca do talentoso e
dedicado trabalho de Maurício Maestro ( Boca Livre) e a banda inclui alguns dos melhores músicos
da atualidade, como Leandro Braga, Jorge Helder, João Carlos Coutinho, Márcio Mallard e
tantos outros "craques" da música.
"Aguapé" registra ainda a consolidação da Simone compositora, e um crescente
amadurecimento de sua parceria com Cristina Saraiva (a dupla registra nesse CD 5 faixas).
Recebida pelo meio musical como uma artista "fora de série", Simone Guimarães
faz
participações especiais em shows de Ivan Lins, César Camargo Mariano, Leila Pinheiro e
Boca Livre, e recebe em seu palco Fagner, MPB4 e Leila Pinheiro. Em seu último show no
Café Teatro Arena (01-12-98), Simone teve ainda o privilégio de receber, para uma
"canja"inesperada, Milton Nascimento, que assistindo ao show da platéia, subiu
ao palco, emocionando a todos os presentes. Ao final, ainda sob o efeito da forte emoção, afirmou:
"Não tem pra ninguém. Simone é o que de melhor eu escutei nos últimos anos".
Uma realidade a qual essa artista do interior, que já teve em seu público Paulo César
Pinheiro, Sueli Costa, Miltinho, Ruy e Magro (MPB4), Zé Renato, Lourenço Baêta e
Fernando Gama (Boca Livre), Moacyr Luz e tantos outros, tem que começar a se acostumar.
É o reconhecimento dessa artista, que vem do interior de São Paulo, numa trajetória
firme, de grande coerência e coragem na defesa da música brasileira. Quem ganha, naturalmente,
e a Música Popular Brasileira, que vê surgir mais um grande talento para ficar na sua
história.
Introdução:
Carô
Murgel
Texto:
Site da Cantora
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