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Sá, Rodrix & Guarabyra
Foto:
Jorge's Estúdio
No ano de 1971
surgiu no Brasil um trio que, à sua maneira, marcou as vidas de todos com
que eles cruzaram, ouviram suas canções e viveram os seus momentos:
chamava-se SÁ, RODRIX & GUARABYRA, um (como se chamava na época) super group,
formado por três artistas (Luiz Carlos SÁ, Zé RODRIX & Guttemberg
GUARABYRA), que vinham desenvolvendo suas carreiras solo, mas que, movido
pela amizade que os unia, pela identidade de seus estilos de composição e
por seu modo de vida, decidiram em um disco que, na época, foi uma surpresa
inesperada, graças à verve, ao brilho e ao inesperado e extremamente
artístico resultado dessa união.
Foram, afinal, não um, mas dois discos (PASSADO, PRESENTE, FUTURO e TERRA)
lançados pela EMI-Odeon, além de algumas participações especiais em algumas
coletâneas, entre as quais a do Festival de Juiz de Fora de 1972. Aliás, de
festivais eles sempre tiveram muito à contar: Luiz Carlos Sá era o mais
ativo participante dos mesmos, tendo sempre uma ou duas canções
classificadas; foi em um FIC que GUARABYRA levou o prêmio máximo com
MARGARIDA e, alguns anos depois, foi o mesmo Festival de Juiz de Fora que Zé
RODRIX (em parceria com Tavito) emplacou sob vaias a canção CASA NO CAMPO,
mais tarde gravada por Elis Regina, e da qual uma parte da crítica musical
carioca pinçou a expressão ‘Rock Rural’ para classificar a música que SÁ,
RODRIX, GUARABYRA faziam.
Foi uma carreira intensa. De seu primeiro show no Teatro Opinião, com casas
cheias todas as noites, os três partiram para o circuito da época:
televisões, universidades, clubes, viajando pelo Brasil inteiro da maneira,
como se fazia na época em que nada era mega, a não ser os problemas. Mas as
músicas eram excepcionalmente boas: AMA TEU VIZINHO, PRIMEIRA CANÇÃO DA
ESTRADA, CUMPADRE MEU, HOJE AINDA É DIA DE ROCK. No fim de seu primeiro ano
juntos, mudaram-se para São Paulo, atendendo a um convite do amigo Rogério
Duprat, que precisava dos três em sua produtora de comerciais. E no segundo
LP apareceram ANOS SESSENTA, MESTRE JONAS, PINDURADO NO VAPOR e BLUE RIVIERA.
Em São Paulo, por divergências ideológicas (Zé RODRIX começou a detestar
estradas, viagens, hotéis, chuveiros de hotéis, camas de hotéis, etc.) e,
depois de quase dois anos completos de vida em comum, os três se separaram,
indo cada um perseguir a sua carreira solo. Enquanto Zé RODRIX enfrentava as
vicissitudes do sucesso popular (nos mesmos hotéis que detestava) com
diversos primeiros lugares nas paradas de sucesso, produzido pelas mãos dos
bandidos que na época eram amadores e hoje são profissionais, SÁ e GUARABYRA
andavam cada um tentando levar sua carreira solo da maneira que podiam e,
num belo dia, em um show, decidiram voltar a cantar juntos.
Foi uma decisão acertadíssima: nos anos que se seguiram, os dois se tornaram
o parâmetro de uma música com raízes no interior e na cidade,
desenvolvimento daquele mesmo rock rural que haviam criado enquanto trio.
Mas com muito mais proficiência: esses anos marcaram o Brasil com uma
verdadeira enxurrada de sucessos, de que são exemplo SOBRADINHO, ESPANHOLA e
as músicas feitas para a novela ROQUE SANTEIRO (ABC DE ROQUE SANTEIRO, DONA
E VERDADES E MENTIRAS). Isso além de músicas que compuseram para outros
intérpretes, como CAÇADOR DE MIM e outras.
Enquanto SÁ e GUARABYRA viajavam pelos caminhos do sertão, Zé RODRIX dava a
sua contribuição à publicidade brasileira de maneira constante, percorrendo
uma estrada que os três haviam iniciado juntos e que tanto SÁ quanto
GUARABYRA também percorreram de maneira mais alternativa. No dia em que SÁ e
GUARABYRA completaram dez anos, Zé RODRIX apareceu no show, em um circo
perto do Anhembi. Quando se completaram vinte e cinco anos de rock rural, SÁ
e GUARABYRA convidaram Zé RODRIX para fazer um arranjo no disco. Ele fez e
acabaram cantando juntos umas três músicas nesse mesmo disco. Mas foi só
agora, quando seu encontro inicial completa trinta anos, que decidiram
colocar o pé na estrada. Mais experiente, mais vivido e rigorosamente
disposto a retomar com o mesmo ímpeto de antes a vida do trio, escolheram o
Rock in Rio para estréia nacional de sua tour SÁ, RODRIX, GUARABYRA –
REENCONTRO: 30 ANOS DE ROCK RURAL, na qual acompanhados por uma banda, não
só revivem os grandes sucessos juntos e separados, como também mostram em
primeira mão para o público a nova safra de canções que tem produzido e que
estão no CD que lançam simultaneamente com a tour.
A primeira dessas canções não por acaso, chama-se OUTRA VEZ NA ESTRADA e
lista, com muita propriedade a poesia, as razões e motivos que reúnem depois
de 30 anos esses amigos de longa data. E surgiram na seqüência AQUI SE FAZ,
AQUI SE PAGA, um levantamento bem humorado das vicissitudes do homem
contemporâneo;
JESUS NUMA MOTO, um tenso e emocional rock-balada , que fala dos desejos
ocultos em todos nós; e NO TEMPO DE NOSSOS SONHOS (NOVA ERA), um animado
rock sobre os amores do passado que insistem em bater à nossa porta.
É como se o tempo tivesse parado e o passado ao mesmo tempo: e os filhos de
seus seguidores vão, enfim, poder saber ao vivo o que é aquilo que seus pais
de vez em quando colocam para tocar na sua velha vitrola de vinil.
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trabalho:
Mestre Jonas
(Sá, Rodrix e Guarabyra)
Com Sá, Rodrix & Guarabyra
Soy Latino Americano
(Zé Rodrix)
Com Zé Rodrix
Sobradinho
(Sá e Guarabyra)
Com Sá & Guarabyra
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