(Ochelsis Laureano e Raul Torres)
Com a marvada pinga que eu me atrapaio
Entro na venda já dou meu taio
Pego no copo e dalí não saio
Alí mermo eu bebo, alí mermo eu caio
Só prá carregar nunca dei trabalho
Venho da cidade, venho cantando
Com um garrafão que venho chupando
Venho pro caminho venho trupicando
Chutando os barrancos venho cambeteando
No lugar que eu caio já fico roncando
A muié me disse ela me falou
Largue de beber peço por favor
Prosa de muié nunca dei valor
Bebo com sol quente prá esfriar o calor
E bebo de noite prá fazer suador
Cada vez que eu caio caio deferente
Meaço prá traz e caio prá frente
Caio devagar, caio de repente
Vou de corropio ou diretamente
Mas sendo de pinga eu caio contente
Pego o garrafão e já balanceio
Pra mor de vê se tá mermo cheio
Num bebo de uma vez porque eu acho feio
O primeiro gole chego inté no meio
No segundo trago é que eu desvazeio
Eu bebo da pinga porque gosto dela
Bebo da branca, bebo da amarela
Bebo nos copo bebo nas tigela
Bebo temperada com cravo e canela
Seja qualquer tempo pinga na guela
Eu agora conto prá vós micê
Eu fui numa festa no rio Tietê
Lá eu fui chegando no amanhecer,
já me deram pinga prá mim beber
Já me deram pinga prá mim beber,
tava sem ferver
Eu bebi demais eu fiquei mamado
Eu cai no chão fiquei deitado
Todo mundo vendo eu desacordado
Prá ir prá casa fui carregado
Fui de braço dado com dois sordado
e muito obrigado