Rogéria Holtz

Rogéria Holtz

Foto: Divulgação

A cantora Rogéria Holtz apresentou nos dias 11, 12 e 13 de junho/2003, às 21h, no auditório Salvador de Ferrante (Guairinha), em Curitiba, o show de lançamento do CD ACORDA. Há alguns anos Rogéria pensava em fazer um show baseado na sonoridade do Grupo D´Alma, um trio de violões que existiu no Brasil na década de 80. A sonoridade envolvente das gravações do trio somou-se ao resultado do show realizado em 1998, no Teatro Paiol. 

De 98 para cá muita coisa mudou na vida profissional da cantora. As apresentações tornaram-se mais freqüentes e ela passou a cantar novos poetas. Com um estilo mais refinado e desafiador, Rogéria decidiu refazer o repertório para o CD. Algumas músicas do show de 98 foram substituídas por novos trabalhos e as que ficaram receberam novos arranjos. 

Rogéria Holtz é natural de Itararé, São Paulo, e há 20 anos mora em Curitiba. Ela integrou durante oito anos o Grupo Vocal Brasileirão (do Conservatório de Música Popular Brasileira). 

Acorda tem dois sentidos? 
Acorda, de acordar. E a corda, artigo mais substantivo. A brincadeira é esta mesma porque é o meu primeiro CD depois de tanto tempo cantando. Estou deixando de ser a princesinha que espera pelo príncipe. Ou melhor, não espero mais a gravadora que virá me dizer que eu sou o máximo. Isto não existe. Acordar é ir a luta. Já a corda, porque no CD todas as músicas são tocadas em cordas e também porque eu buscava um resultado inspirado no trabalho do Grupo D´Alma. 

Por que a preferencia por compositores paranaenses? 
Antes de mais nada, porque são meus amigos. Se você quer cantar alguma coisa, cante um pouco do que está ao teu redor. É nossa função mostrar o que tem perto da gente. O escritor russo Leon Tolstói disse que se alguém quer ser universal deve cantar a própria aldeia. E é o que eu penso. Mas também me encanta cantar Rita Lee, Egberto Gismonti e Beto Guedes que é a coisa mais brasileira que há. Talvez porque eu seja do interior e tenha uma afinidade com os mineiros que sabem muito bem cantar este Brasil de pedra, terra e chão.

Realizar este projeto foi fácil? 
Parece fácil quando você tem todos os pontos. A idéia era pegar o material do show de 98 e colocar novos arranjos. Mas a medida que o trabalho avançou, percebi que eu queria novos desafios e aí ficou difícil. Meu trabalho estava mais forte. Suave, mas sentimentalmente forte. Percebi também que meu "feeling" estava mais aguçado, independente do estilo musical. No início, muitos não acreditaram que eu realmente queria gravar o Acorda. Eu já tinha até comprado as horas de estúdio, para ver como eu estava decidida. Mas o trabalho começou sete meses depois e aí outro problema: o estúdio de gravação havia sido transferido para São Paulo. A saída foi gravar aqui e mixar lá. E isto tudo fazendo com dinheiro do próprio bolso.

Neste cenário, lançar um cd e fazer uma temporada de três dias em Curitiba é uma atitude corajosa?
É arriscado mas também pode ser o início de uma coisa maior. Porque o Guaíra parece um templo para os músicos locais. E se for no Guairão então, você é o máximo. É só tentar quebrar este encantamento. O Guairinha é um teatro aconchegante e que impõe respeito por estar ali, na "ilha" do Guaíra. Às vezes penso: puxa, consegui chegar aqui! Mas é tudo porque a gente quer. Qualquer pessoa pode arriscar. Basta apenas vontade. Eu venho encorajada por outros, pelo grupo Fato que já se apresentou no Guairinha, na Reitoria e no Sesc da Esquina, sempre com lotação esgotada. Eles são para mim os mestres do profissionalismo. Foram eles que começaram a abrir os caminhos.

Como é possível fazer um CD com pouco dinheiro? 
Graças ao empenho das pessoas. Não há patrocínio ou apoio. Eu estou fazendo um trabalho sério, com arranjos detalhados, que têm profundidade e percebo que os músicos que estão comigo sentem falta de um trabalho mais elaborado. Talvez o meu repertório seja um desafio para eles porque eu estou passando por distintos estilos. É claro que estamos pagando pelo trabalho das pessoas, mas não o que gostaríamos realmente. O fascinante é que mesmo assim todos trabalham muito. E sabe por que isto acontece? Porque elas acreditam no projeto.

Além das músicas do CD outras devem entrar no show? 
No CD estão músicas que não foram muito regravadas. Como a da Rita Lee e a do Egberto Gismonti. Lumiar, do Beto Guedes, foi regravada há muito tempo pelo Roupa Nova e agora, com as cordas, ficou muito bonita. No show entrarão composições de Paulo Leminski, João Bosco, da banda de rock Mosha, da banda inglesa Yes e do compositor curitibano Vadeco. No CD, são só cordas mas no show eu vou acrescentar bateria e cajón. No CD experimentamos algumas coisas percussivas da própria corda e no bojo do violão. Em Penso e Passo eu construi os timbres percussivos a partir de sons da própria guitarra que foram passados pelo computador. O resultado foi interessante. O CD foi fiel às cordas. No palco estas “brincadeiras” serão feitas pela bateria e cajón.

Ir ao show é mais que simplesmente escutar canções? 
Sim, tem a minha emoção em cada frase musical. O trabalho demorou e quanto mais demorou mais surpresas eu tive. Encontrei novos amigos, coloquei mais uma música no repertório e tive uma canja de um D´Alma, do André Geraissati. São emoções que estão impressas em meu trabalho. Além dos músicos há ainda a assinatura do empenho de outros profissionais, como a direção de Jacqueline Daher, dos iluminadores e do pessoal do som. Para o público, as poesias podem proporcionar grandes emoções. Para mim, é tempo de despertar.

Quem fala de Rogéria Holtz

"A Rogéria interpreta minhas músicas do jeito que eu gostaria de cantá-las", Alice Ruiz

“Gosto muito da voz dela. Sei que este CD irá surpreender pela forma como está sendo feito. Por ser independente, tem muito mais liberdade”, Alzira Espíndola 

"Tem cantoras que usam a música para mostrar toda sua técnica. Rogéria usa a técnica para mostrar a música", Arnaldo Antunes 

"Eu conheci Rogéria Holtz há alguns anos. Logo de cara sua voz me chamou atenção, sua presença bonita e o seu lume no olhar. Rogéria é madeira que cupim não rói. Sua voz é profunda e nos atinge bem na nossa "barriga", um alimento para nossa alma! Gosto de ouvir Rogéria, seu desejo pela música e seu talento pela vida, mas pode ler ao contrário que também vale!", Carlos Careqa

“Uma surpresa saber que uma das nossas músicas foi escolhida por ela para estar no show e uma honra ter uma de nossas canções na voz de Rogéria Holtz, em uma das mais belas vozes que conhecemos”, Dado, da banda Mosha

"Eu não paro de me comover com a Rogéria. É sempre aquela exuberância, uma explosão de beleza, sensualidade, visceralidade. E agora essa coisa tão bacana que ela fez na escolha do repertório do CD Acorda, em que a grande maioria das canções é de compositores daqui. É uma honra estar nesse disco tão lindo, tão bem cuidado. É muito prazeroso e emocionante ouvir a minha palavra sendo cantada por aquela garganta abençoada", Etel Frota

“É inebriante e carismática!”, Gerson Bietinez

“Rogéria Holtz é uma grande cantora. Consegue, como poucas, reunir precisão e visceralidade, indo do registro pop ao mais sofisticado sempre muito à vontade. Além disso, ousa arriscar em seu repertório, privilegiando novos compositores e modos menos óbvios de pensar sonoridades e arranjos. Renova códigos e concepções, põe em circulação novas canções, sem em nenhum instante perder em calor e comunicabilidade. Bom saber que essa voz estará ecoando, a partir de agora, daqui de Curitiba para todo o Brasil. Estava na hora! “, Marcelo Sandmann

“Tão forte quanto sua própria voz”, Vadeco

“Acho o trabalho da Rogéria perfeito. Ela tem um timbre bonito de voz e interpreta muito bem. Rogéria tem tudo que uma cantora precisa”, Waltel Blanco

"Sua voz é uma beleza. Que beleza impressionante que é a sua voz!
Gosto da mistura Brasileira no seu disco; gosto do seu estilo que se mistura e mostra nas caras que temos os nossos humores, os nãos e as contradições. Maneira bacana de ver o Brasil a sua. Viva!", Eguiberto Gismonti

"Gostei muito do seu CD. Sua voz é hoje, no Brasil, a melhor voz para cantar blues. Pense nisso... ", Roberto Menescal

 

 

Escute uma amostra do trabalho:
O amor que merece
(Zeca Baleiro e Alice Ruiz)
Com Rogéria Holtz

Atenção: para ouvir a amostra você precisa do RealPlayer (gratuito) instalado em seu computador. Pegue-o na seção de informática do Terra, clicando aqui.


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