(Mario Gil e Paulo César Pinheiro)
Nasceu num barco pesqueiro
Pescava desde menino
Mestre das águas proeiro
Do litoral nordestino
Em roda de jangadeiro
Deixou seu nome Quirino
Quem vive em chão de saveiro
É o chão do mar seu destino
Foi isso que deu-se um dia
Cação virou seu veleiro
Foi luta de valentia
Do peixe contra o barqueiro
Sangue, suor, maresia
O ar ficou com esse cheiro
Subia água e batia
Tudo sumiu no aguaceiro
Houve arrastão na baía
Do quebra-mar à costeira
Do fundo nada surgia
Só da jangada a madeira
As moças em romaria
Puxava reza praieira
No fim do sétimo dia
Fez-se a oração derradeira
A sua história foi bela
Virou cordel seu destino
Tem nome em pano de vela
Verso em chegança e divino
Mas uma moça donzela
Teve depois um menino
A cara do filho dela
Era de novo Quirino