Para a cantora, letrista e produtora carioca Olivia Hime, mais do que ser a estrela do palco, o importante é fazer projetos de sucesso e ganhar reconhecimento. Com sensibilidade e bom gosto ela vem conseguindo respeito de músicos e crítica com seus trabalhos pessoais e produções que começou a fazer ainda na década de 60. Em 2001 Olivia chegou finalmente ao lugar a que tem direito por mérito: sócia e diretora artística da gravadora Biscoito Fino.
O oitavo álbum de sua carreira, Mar de Algodão, com músicas de Dorival Caymmi, foi lançado este ano com críticas que ressaltam o engenho e arte com que ela dividiu as “marinhas caymmicas” em três grandes blocos - o Mar da Manhã, o Mar da Tarde e o Mar da Noite. Em 1985, ano dos 50 anos de morte de Fernando Pessoa, Olivia já havia produzido, com Elisa Byington, Musica em Pessoa, trabalho temático com 15 poemas musicados por um time que ia de Tom Jobim a Francis Hime, passando por Sueli Costa e Edu Lobo, entre outros. No ano seguinte, em comemoração ao centenário de nascimento de Manuel Bandeira, ela produziu e cantou o poeta no disco que reuniu a ala mais sofisticada da MPB: Tom Jobim, Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Gilson Peranzzetta, Rafael Rabello e Francis Hime. A descoberta da obra de Chiquinha Gonzaga resultou, em 98, no CD Serenata de uma Mulher – Olivia Hime canta Chiquinha Gonzaga, relançado pela Biscoito Fino, assim como Pessoa e Bandeira.
Mas nem sempre Olivia se dedicou a um único tema. Seus primeiros discos, gravados na Som Livre, eram de repertório, com músicas de compositores pouco gravados e com repertório impecável. Gravar o melhor é o caminho que vem seguindo desde menina, quando a música tomou lugar de destaque em sua vida e ela começou a estudar canto, violão, piano e flauta. Casada com Francis Hime desde 69, Olivia tem três filhas e uma neta. Todos dividindo com ela a mesma paixão pela música.
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