Rubáyiát

(Edgard Duvivier, inspirado nos escritos de Omar Khayyan)

I
O sol e a relva macia
a sombra de uma nuvem
seus olhos perdidos na água
ninguém é mais feliz do que eu
e ninguém é mais triste

II
Todas as manhãs
o orvalho pesa sobre as tulipas
até que o sol venha
aliviá-las do seu belo fardo
todas as manhãs
sinto meu coração pesado no peito
mas logo seu olhar dissipa
minha tristeza

III
Quando teus olhos
não tiverem mais lágrimas
pensa nos campos que brilham depois da chuva
quando o esplendor do dia
te exasperar
pensa no despertar de uma criança