(Noel Rosa e Orestes Barbosa)
A verdade, meu amor, mora num poço
É Pilatos, lá na Bíblia, quem nos diz
E também faleceu por ter pescoço
O autor da guilhotina de Paris
Vai, orgulhosa, querida
Mas aceita esta lição
No câmbio incerto da vida
A libra sempre é o coração
O amor vem por princípios, a ordem por base
O progresso é que deve vir por fim
Desprezaste esta lei de Augusto Conte
E fostes ser felizes longe de mim
Vai, coração que não vibra
Com teu juro exorbitante
Transformar mais outra libra
Em divida flutuante
A intriga nasce num café pequeno
Que se toma pra ver quem vai pagar
Para não sentir mais o teu veneno
Foi que eu já resolvi me envenenar.