(Sidney da Conceição e Nei Lopes)
Só quem provou é que sabe
Como é gostoso o tempero de Dona Iaiá
Tempero que só pelo cheiro faz alucinar
Molhado no seu refogado e no seu paladar
Dá água na boca só de a gente lembrar
Dá água na boca só de a gente lembrar...
Dos mais refinados quitutes
Aos bons paparutes de carregação
Fica tudo formoso, cheirando
E mais gostoso quando Iaiá põe a mão
Quando ela faz jus ao canudo
Que ganhou no estudo de Forno e Fogão
As panelas, gamelas e tachos
Mexem em cima e embaixo de satisfação
Dos restos mortais do domingo
Ela faz na segunda uma roupa velha
E incrementa toda sexta-feira
Uma tripa à lombeira que é uma coisa séria
Na quarta é uma sopa de entulho
Quinta é sarrabulho, sexta é bacalhau
Chega sábado é purê com língua
E aí no domingo é aquele festival
O garfo foi contar pro prato
Que fez um relato pra colher de pau
Que na concha e na escumadeira
Essa cozinheira é sobrenatural
Na sua caxanga na Penha
O fogão de lenha só falta falar
Foi pra ela que Ary Barroso
Compôs o famoso “Os Quindins de Iaiá”