(Gelcy do Cavaco e Nei Lopes)
Um velho sentado
Em frente a uma palhoça
De chapéu de palha, fumando um cachimbo
Cheio de fumo de corda da grossa: onde é?
É lá na roça, Sinhá! É lá na roça!
É lá na roça, Sinhá! É lá na roça!
Passa em frente do terreiro
Um boi puxando a carroça
O velho chama o carreiro
Pita o cachimbo e se coça
Diz a ele: “- Companheiro
Se essa terra fosse nossa!...”
Onde é? É lá na roça, Sinhá!
É lá na roça!
“- Tendo angu e uma verdura
A família toda almoça
Um tostão de rapadura
O café da gente adoça
Mas sobrava mais fartura
Se essa terra fosse nossa!”
Onde é? É lá na roça, Sinhá!
É lá na roça!
O carreiro então caçoa
E leva a coisa na troça:
“- Os ricos são gente boa
O pobre é que não se esforça
Tu não tava aí à toa
Se essa terra fosse nossa!”
Onde é? É lá na roça, Sinhá!
É lá na roça!