(Milton Nascimento e Gilberto Gil)
Eu que empunho armas feitas de poesia e som
Eu que testemunho dramas da canção fugaz
Eu que experimento o quanto a fantasia é bom
Alimento para a paz
E eu mesmo agora, tenho que lhe ouvir gritar
Aos berros que a vida é pura maldição
Que o mundo é feito só para os eleitos
Que houve sempre fraude na tal da eleição
Portanto, só queimando tudo
Só matando meio mundo
Só pondo a outra metade no poder
Você no comando, sempre vigiando
Pra ninguém se corromper
Finda a banda podre, linda a banda nobre
Sobe a velha rampa e altiva vem reinar
Com imunidades contra o vírus da maldade,
Com certeza, com pureza, com limpeza
Hospitalar, hospitalar, no seu lar hospitalar
Lar, hospitalar
Eu que moro onde o pecado mora ao lado
E me visita sempre no verão
Eu que já fui preso por porte de baseado
É baseado nisso que eu lhe digo não, não, não
Não vou fazer seu coro, seu sermão
A não ser que você possa instalar
O chip da ignorância em minha cuca
A não ser que você consiga me reprogramar
Reprogramar, me reprogramar, reprogramar