(Manu Lafer)
Sei que uma flor que se tem
Faz-se um jardim dessa flor
E esse jardim de uma flor
Vai pra cidade, seu eu for
Fugir do lado da lei
Fingir de rei do baião
Se perguntarem, eu vi
A pedra fundamental
Quando essa pedra de toque tocou
E tocou, e tocou,
E tocou, e tocou
Gonzaga demônio da roça
O que será desse som?
É cume e gume da flora
É cima e lima da flor
De cubalão a baioque
Oba lá lá, alalaô
Si manda, mora patropi
Em violão ou pop
Intimidade coloque em amor
Em amor, em amor,
Em amor, em amor
Mas tudo ocorre ao acaso
E assim Bahia é Brasil
Acaso ali Juazeiro
Onde é Bahia é Brasil
Onde o artista estiver,
O povo tem que ir atrás
Eu pra profeta não dou,
Na minha terra não sou
No meu lugar é que o bode sangrou
Sangrou, e sangrou,
E sangrou, e sangrou
Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê
Se todos fossem no mundo,
No mundo iguais à você
De corações, sul e morte
Até Chuí de Oiapoque
Adentro "status quo",
Afora "sine qua non",
Me chame agora que eu digo: eu já vou
Eu já vou, eu já vou,
Eu já vou, eu já vou
Homem do mundo e do quarto
Que o Rei Roberto imitou
Dora cafuza, Caymmi
Am, maracatu
Ouvimos num repeteco:
Eu não sou santo, favor
Rock, iê-iê, o que for
Basta o quereres a mim como eu sou
Como eu sou, como eu sou,
Como eu sou, como eu sou
É sina e Minas da flor
Não mudo de opinião
De quatro flores, o trevo
Odara, Nara Leão
E quem te viu não te vê
Mulata, índia Inaiê
Camélia, Rosa e Amélia
Olhos nos olhos Orfeu
E tudo se transformou... não fui eu
Não fui eu, não fui eu,
Não fui eu, não fui eu
Eu vou mostrar pra vocês
Como se dança o baião
Basta solar Nazareth
Basta o luar do sertão
Jiló com j ou com g
É suma e sumo da flor
E outro do nascimento
Em cio da terra vingou
E foi brilhando, brilhando... e brilhou
E brilhou, e brilhou,
E brilhou, e brilhou
Tão linda assim, nem a flor
Existe nem mesmo amor
É sabiá, carcará
E foi um rio que passou
Cabocla, demônio mau
Tô triste como urutau
Eu vi formar Beberibe
O mar com Capibaribe
E vai passar, vai passar... já passou
Já passou, já passou,
Já passou, já passou