(Manu Lafer)
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Eu leio o céu de baixo
Até sem telescópio
É que o céu sou eu
Porque o céu é um ser
Eu leio a mão de cima
Até sem microscópio
É que a mão é Deus
Porque a mão é um ser
E se a lente do homem
Vê Deus, onde a lente
De Deus vê o homem
Saber é a imagem da fé
Que do outro se crê
E se do núcleo da célula
A íris espelha o destino
O dilema: ou a morte,
Ou o bom e o belo e o dom
Eu leio o céu de baixo
Até sem telescópio
É que o céu sou eu
Porque o céu é um ser
Eu leio a mão de cima
Até sem microscópio
É que a mão é Deus
Porque a mão é um ser
E se ao amor é a fé
Que do prisma do afeto
É o fim que é o feto
Onde o ventre é o teto
Que o tato tocou
E porque há sinfonia
Há também harmonia,
Há também melodia
E o dia e o ia e o a que criou