O nome João Luiz Woerdenbag Filho lhe diz algo? Esse é o
nome que está por trás do apelido de Lobão (João Luís Woerdenbag Filho nasceu no Rio
de Janeiro RJ em 11 de Outubro de 1957. Muitos já ouvimos esse apelido, mas quem arrisca
dizer que conhece ao menos metade da trajetória sonora e artística desse cara? Desejo
que muitos. Além de reconhecê-lo pela super tocada Me Chama, executada até
hoje em algumas FMs na bela voz de Marina Lima, com quem Lobão trabalhou e por
insistência dela se dedicou mais à composição, no início da década de 80, o contato
com o som dele me veio, por ele mesmo, através das telas da TV.
Há pouco tempo o vi apresentando A Vida é Doce, seu "CD-manifesto", e
mais que isso, falando de uma indústria mesquinha para com os criadores da sua
matéria-prima, da qual ele estava se desvinculando para não regredir na sua carreira com
a qual retomei contato, ou melhor, passei a conhecer a proposta do ser humano-criador
íntegro que é a imagem que ele me transmite. Em seguida fui atrás desse CD lançado no ano de 1999, e me deparei com um disco conceitual no som, quase lento e denso, com
letras diferenciadas mas relacionadas, belezas insuperáveis como a letra de "Uma
Delicada Forma de Calor". Logo consegui o disco anterior - o segundo da trilogia
iniciada com Nostalgia da Modernidade - Noite. Possui um som mais dançante e
agressivo, porém cheio de sensibilidade e belas e viajantes letras.
Algo mais a agregar: o Lobão está fazendo uma campanha de apoio às rádios
comunitárias, para que elas ganhem seus diretos de legalização e para que a qualidade
das emissoras, em geral, melhore. Dessa maneira será para a população mais acessível a
música, trabalhos e informações feitas por ela mesma através do tempo. Essa iniciativa
não fala diretamente do artista, mas de sua visão que transcende os
limites da pequenez humana.
Dario Gularte
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