(Lô Borges, Márcio Borges e Roger Mota)
Prato feito mal servido todo dia
Todo povo a devorar
Como pasto verde calmamente devorado
Pelos animais
Cachoeiras sem as águas
É barranco torto morto tudo igual
Como correnteza sem barranco
É apenas água a rolar
Gira a roda do moinho
Mói o milho, mói o trigo, faz o pão
Pão e água mal servidos para devorar
Corre a bola, rola o circo
Alegria tudo, tudo é carnaval
No silêncio dessas matas muita coisa viva
Tem pra se matar
Picadeiro sem palhaço
Todos os aplausos são para o leão
E essa platéia educada
Calmamente a ver e esperar
Girar a roda da fortuna
Mói a vida, mói o sonho, mói o pão
Pão e circo mal servidos para devorar