(Juca Novaes e Edu Santana)
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Minha mãe tem olhos claros
Como a aurora dos seus dias
Tez da lua, branco raro o farol das melodias
O vermelho das estradas as esquinas e segredos
Os quintais, galos e noites
Os seus rios, meus brinquedos
Minha mãe me mostra a proa
Nesses campos, nessas praças
A preguiça, coisa boa
Esse verde que me abraça
Mas o doce dessa calma
Vê meus olhos num sem fim
Tão distante dessas águas
Da sua Jurumirim
Ah, minha mãe, viver é isso?
Essa paz desatinada
Horizonte tão à vista
Essas linhas tão exatas
Os meus anseios de artista
Minha alma encilhada
Só tem olhos para o mundo
Querendo seguir estrada
Meu amor tem olhos negros
Da fuligem dos motores
Um país em cada esquina
Nos faróis, muitos amores
Traz o brilho do perigo e o medo escancarado
Pouco pra se ter apego, muito pra deixar de lado
Meu amor não tem desculpas
Pela falta de respeito
Mas me ganha a cada dia
Não se sabe de que jeito
Vai correndo em minhas veias
Como o mar das avenidas
Invadindo com as cheias
Dominando a minha vida
Ah, meu amor, viver é isso
Essa luz desenfreada
O planeta à minha porta
Tantas rotas e ciladas
Mas meus anseios de artista
Minha alma encilhada
Correm para tanto mundo
Seguindo tuas estradas