(Ary Barroso e Luiz Peixoto)
À tarde
Quando de volta da serra
Com os pés sujinhos de terra
Vem a cabocla passar
As flores vão pra beira do caminho
Pra ver aquele jeitinho
Que ela tem de caminhar
E quando ela na rede adormece
E o seio moreno esquece
De na camisa ocultar
As rolas também morenas
Cobrem-lhe o colo de penas
Pra ele se agasalhar na noite
Dos seus cabelos
Os grampos são feitos de pirilampos
Que as estrelas querem chegar
E as águas dos rios que vão passando
Fitam seus olhos pensando
Que já chegaram ao mar
Com ela dorme toda a natureza
Emudece a correnteza
Fica o céu todo apagado
Somente com o nome dela na boca
Pensando nessa cabocla
Fica um caboclo acordado