(Noel Rosa - 1929)
Minha viola
Ta chorando com razão
Por causa duma marvada
Que roubou meu coração
Eu não respeito cantadô que é respeitado
Que no samba improvisado me quisé desafiá
Inda outro dia fui cantá no galinheiro
O galo andou o mês inteiro sem vontade de cantá
Nesta cidade todo mundo se acautela
Com a tal de febre amarela que não cansa de matá
E a dona Chica que anda atrás de mal conselho
Pinta o corpo de vermelho
Pro amarelo não pegá
Eu já jurei não jogá com seu Saldanha
Que diz sempre que me ganha
No tal jogo do bilhar
Sapeca o taco nas bola de tal maneira
Que eu espero a noite inteira pras bola carambolá
Conheço um véio que tem a grande mania
De fazê economia pra modelo de seus filho
Não usa prato, nem moringa, nem caneca
E quando senta é de cueca
Prá não gastá os fundilho
Eu tenho um sogro cansado dos regabofe
Que procurou o Voronoff, doutô muito creditado
E andam dizendo que o enxerto foi de gato
Pois ele pula de quatro miando pelos telhado
Aonde eu moro tem o Bloco dos Filante
Que quase que a todo instante
Um cigarro vem filá
E os danado vem bancando inteligente
Diz que tão com dor de dente
Que o cigarro faz passá
Voz: Ione Papas
Violão e Arranjo de Base: Ronaldo Rayol
Baixo: Myriam Bauer
Bateria: Fábio Canella
Viola e Zabumba: Miltinho Edilberto
Sanfona: Waldir do Acordeon
Triângulo e Caxixis: Nahame Casseb
Coro (À Três): Cibele Codonho, Leni Requena e Solange Codonho
Concepção do Arranjo: Ione Papas e Ronaldo Rayol
Vinheta (Concepção): Ronaldo Rayol