(Guinga e Aldir Blanc)
Teu vestido preto quer enverdecer,
teu cabelo preso quer estremecer ao cair da tarde
pro olhar dos homens e então resplandecer, dançar...
Tua boca triste te quer frutificar,
quer se intumescer nos sumos da paixão,
morder, aí beijar a boca da ilusão.
Teu carinho em garra deseja se abrir
como rosas tontas de exasperação num jardim secreto
pro olhar de um homem e rejuvenescer, tocar...
Tua dor no ventre quer ser diferente
da que no passado te lançou ao chão chorando
ao ver os dentes mortais da solidão.
As dores que há vão se transformar em tudo que dói
porque quer e a mais lancinante de todas as dores
em teu reviver nascerá
sem nome pra crescer enorme e se chamar prazer.