Sinal de cais

(Apá Silvino e Gilvandro Filho)

Nada existe que o perdão não cure
Ou que o coração não se desmanche
Ao ouvir uma canção que dure
Até o amor chegar
Sem ter o que provar
Sem gosto de revanche

Que o sofrimento não imprima
Marca que o tempo não apague
Quando, enfim, o peito desanima
Até sumir o olhar
Perdido em frente ao mar
Na onda que o afague

Eu pensei em mil noites perdidas
Eu jurei não repeti-las mais
Deixei escrito que não ia atrás
De dor antiga, ou de velhas feridas

Hoje eu quero descansar na praia
Revolver em todos os litorais
Uma vaga brisa, um sinal de cais
E esperar que o peito não me traia
...jamais