(Ednardo)
O sal do mar é o tempero e o corroente
Dos nossos corpos bolinados pelo canto e pelo vento
Tem que querer a vida
Querer a vida sempre e muito
Meter o pé descalço na carreira do caminho
Eu quero a felicidade
Eu, você e a mocidade
O gosto da nossa saliva em nossas bocas
Repare o jogo dos nossos quadris
Imaginando de zero a mil
Inventando nesse espanto
O canto, o dia, o acontecer
O que uma boca aflita cala
Ressuscita aqui, ali, em toda cidade
Eu venho de longe eu venho
Eu venho de dentro de mim
Descobrimos que a armação da torre de babel
Como sempre foi feita, é de palavras, e de papel
Mas tem a nossa voz
A tua e a minha voz
A música interior, de cada um de nós
Meu Deus será que eu acordei tarde
Ou será que o acordar é que é
Aquilo que dá luz ao ato do amanhecer
Eu quero que tu não esperes
Agora está tão blues tão bom
Agora está tão blues à flor da pele