(Pepê Mata Machado e Celso Sim)
língua esfrega sua lábia
na proveta solitária
no seara da boceta
como quando se levanta e mata a barata
que passou arrogante
clarrise cheque e mate
primitiva alta-tek populira minha língua
alta-tek populira primitiva vai dançar
vestida de picasso
no carnaval em pedaços
no amor desmedida minha língua vai
gozar no seu babado
sem calça ou camisinha
sem espera de vacina
que imunize o desejo do misterioso coração
neste prato de comida
que se dá quando se come
no chicote deste touro
minha língua na panela de tinta B plus, prova
que escapar, fingir a língua ser linguagem
ou querer ser desejo e sina
verbo no presente infinito amor
acaba sonâmbula na ambulância
no éter heroína
mar morto da esperança
minha língua neste verbo
vai beijar sua dureza
sol no alto céu em fogo
flerte-estandarte-canção
depois, morrer de saudades...