Nascido em família de músicos,
em 11 de maio de 1935, Carlos Lyra teve sua infância sempre
permeada pela música, arriscando-se num piano de brinquedo e depois em uma gaita. E esse
sangue acompanhou sua adolescência, quando teve contato com o público ainda na escola.
Se
profissionalizou e trocou o curso de Arquitetura pela música. Suas primeiras
composições foram na linha samba-canção, na década de 50, mas a Bossa rompeu também
suas veias, quando Silvinha Telles gravou Menina em 56, trazendo a gravação
precursora do movimento na outra face do disco, Foi a Noite, de Tom Jobim e Newton
Mendonça. A partir daí, encantado com a nova mistura, Carlos Lyra e suas composições
chegaram ao representante maior do movimento, João Gilberto.
Como ele próprio dizia, todos entoavam suas músicas, mas ninguém conhecia seu autor.
Tem também uma forte participação no teatro e no cinema. Com o militarismo, a censura e
a repressão, envolveu-se com sua segunda paixão, a Astrologia. E foi com ela que quis
ser reconhecido na década de 70, pois para ele a bossa já tinha passado.
Mas o público lá dos tempos de escola juntou-se ao público dos colégios nos anos
80. A bossa renasceu, sua música voltou a soar, dessa vez por todo o país, e com seu
autor devidamente conhecido e reconhecido.
Carô Murgel
|