(Cândido das Neves)
Álgida saudade me maltrata
Desta ingrata
Que não me sai do pensamento
Cesse o meu tormento
Tréguas à minha dor
Ressaibos do meu triste amor
Atro é o meu grande martírio
Das sevícias tenho n'alma a cicatriz
Deus, tem compaixão deste infeliz
Mata meus ais
Por que sofrer assim, se ele não volta mais?
Esse pobre amor que um dia floresceu
Como todo amor que é sem vigor, morreu
Ai, mas eu não posso esquece-la, não
A saudade é enorme no meu coração
Versos que a pujança deste amor cantei
Lira de poeta que a sonhar vibrei
Cinzas, tudo cinzas eu vejo enfim
Esta saudade enorme que reside em mim
Mono ao dissabor do esquecimento
Num momento evanizado da paixão
Está um coração que muitas dores padeceu
Um pobre coração que é o meu
Dentro de minha alma que se aflige
Tem uma esfinge emoldurando muitas fráguas
Deus, por que razão que as minhas mágoas
A minha dor
Não fogem da minha alma
Como fugiu o andor?