(João de Barro)
Mané Fogueteiro
Era o rei das crianças
Da vila distante
De Três Corações
Nos dias de festa
Fazia rodinhas
Soltava foguetes
Soltava balões
Mané Fogueteiro
Gostava da Rosa
Cabocla mais linda
Este mundo não tem
Porém o pior é que o Zé Boticário
Gostava um bocado da Rosa também
Um dia encontraram Mané Fogueteiro
Com os olhos vidrados
De bruços no chão
Um tiro certeiro
Varara-lhe o peito
Na volta da festa
Do Juca Romão
E como os que morrem de um tiro conservam
A última cena nos olhos sem luz
Um claro foguete de lágrimas frias
Alguém viu brilhando em seus olhos azuis
© ADDAF