(Fátima Guedes)
Eu bebo
essas águas passadas
como um vinho
Que não há de voltar
do seu caminho
pra acabar com essa sede
que ainda sinto.
Um absinto
de mágoa, de insônia
e de saudade.
Como se enlouquecendo essa metade
voltasse a metade
que foi contigo
Eu bebo quando fico assim desesperada.
Quem me dera ficar apaixonada
pra encontrar o outro lado
do moinho.
Eu me embriago
porque meu futuro
é muito vago.
Eu sinto a tua falta
do meu lado,
eu bebo tua ausência
de carinho.
Águas passadas...
Que vinho amargo,
que gosto tão ruim.
Eu tenho sede,
eu tenho medo
do que será de mim.