(Paulo Tatit)
Na América do Sul tem um pais chamado Brasil onde acontecem
coisas incríveis e nos vamos contar como é que o naturalista
Augusto Ruschi se tratou da doença terrível que ele pegou dos
sapos venenosos.
Dr. Augusto Ruschi, o naturalista e os sapos venenosos.
Ele era naturalista porque gostava da natureza, estudava a
natureza, entendia os bichos, as matas, as formigas, os
passarinhos... e defendia a natureza!
Não deixava ninguém derrubar árvores, queimar florestas, poluir
rios, matar e arrancar a pele dos animais, não deixava.
Dr. Augusto Ruschi, mais vale um pássaro voando que dois na mão.
Mas antes de contar onde, como e porque os sapos venenosos
envenenaram o Dr. Ruschi, quero vem quem adivinha qual o
bicho que ele mais gostava. Dou-lhe uma, ... dou-lhe duas... dou-lhe três... o
beija-flor!
Beija-flor das fadas; vermelho; saíra; besouro; pardo; d'água; do
mato; de penacho; comum; em geral.
Mas um dia, ... um dia ele estava sozinho na floresta e vieram os
sapos, os sapos venenosos! Primeiro ele parou e viu aqueles sapos
escondidos... ai ele falou:
- "Que sapos bonitos, vou estudar estes sapos" e levou alguns
sapos para examinar melhor na casa dele! ih! Mas ele não sabia
que aquele tipo de sapo quando ficava nervoso, irritado, soltava
um veneno terrível que podia ser mortal!
Cuidado Ruschi! Chiii, agora ele estava envenenado!
Dr. Augusto Ruschi, o naturalista, envenenado!
Ai, ai, ai.
Tentou os hospitais, as farmácias e drogarias, consultou médicos,
falou com cientistas, especialistas, tomou remédio, fez dieta, fez
de tudo, mas nada, nada, nada adiantava.
E o Dr. Augusto Ruschi, o naturalista, envenenado...
Nesses casos assim tão graves, só se alguém tiver uma grande
idéia e pensar uma coisa diferente, e pensar o que pouca gente
pensa...
E foi assim que um poeta lá do Rio, pediu ao Presidente do
Brasil, pra falar com o cacique dos índios (é claro, o cacique dos
índios!)
E veio o cacique Raoni
E veio o pajé Sapaim
Trouxeram as ervas lá do alto Xingu
Umas ervas estranhas pra chuchu
E disseram: "Viemos curar professor amigo do índio e dos
bichos".
E disseram e fizeram a pajelança. Medicina de índio, pajelança.
Fumaram cigarros, deram banho de ervas, esfregaram as mãos,
fizeram massagem... retiraram o veneno... curaram!
E todo mundo viu no jornal e TV, todo mundo acompanhou pelas
fotografias.
A gente via e ele lia ao lado dos dois amigos: Raoni, Sapaim.
E o Dr. Ruschi, o naturalista pôde então concluir o seu trabalho;
feliz ele foi atras de uns beija-flores que faltavam pra completar
seu livro: BEIJA-FLOR de papo branco, da mata virgem, de
topete, de colarinho da cordilheira, grande, Brasil.
Voz, Violão e Vocal: Paulo Tatit
Flauta: Hélio Ziskind
Percussão: Pedro Mourão
Bateria: Gal Oppido