(Alexandre Lemos)
O tempo me diz não
E eu não compreendo
Os olhos de Deus
Estão sobre mim mas não estão me vendo
O mar já secou
Sertão 'inda é sertão
Se tudo é deserto
Erasmo e Roberto onde andarão
Às portas do inferno me aqueço no inverno do verão
Por que, Rose, por que
A vida não vai bem
Nos campos da fome
Areia também é feita de grão
Mas que não se come
A massa do cão
Sabor 'inda é sabor
Se tudo é pecado
Meu pão amassado quem roubou
O mundo é tão belo mas nem um farelo me deixou
Por que, Rose, por que
Você não responde, se esconde
Por onde anda você
Vem logo pra casa
Me explica por que, rose, por que
Por que, Rose, por que
O sonho me diz não
Também não clareia
Os olhos de mim
Estão sobre o Deus dos grãos de areia
Portão estelar
Jardim que não tem maçã
Se tudo é serpente
Me sinto doente de manhã
A fé não me cura e a vida me jura que é pagã
Por que, Rose, por que